Sessões Arquetípicas é um projeto desenvolvido pelo coletivo Estudio Invasivo entre os anos de 2016 e 2017 no Chile. O projeto se define como explorações fugazes ao redor de elementos arquitetônicos localizados no território, onde a interação entre o observador e o objeto observado aparece como uma oportunidade de reflexão sobre o arquétipo.
Os participantes - nesse caso, estudantes - são denominados "habitantes fugazes", e são convidados a responder uma pergunta geral em cada sessão, a qual se forma como diretriz para a forma de abordagem, por meio de fotografias e visita ao local.
Os arquétipos estudados foram a parede, o vão, o céu, o solo e a pele. Os primeiros quatro arquétipos foram visitas a vestígios arquitetônicos localizados na oitava região do Bío-Bío (Chile), concluindo com uma intervenção na paisagem com o quinta elemento, a pele.
Descrição dos arquitetos. A cidade e seus vestígios arquitetônicos se transformam em campo de ação para estas pesquisas fugazes de auto-educação. Nos valemos de elementos arquitetônicos ignorados na cotidianidade como uma forma de aprender a partir delas e como um método na que a ideia abstrata de arquétipo se dilui em contexto e, assim, transforma-se em uma nova possibilidade onde tempo e espaço arquitetônico são tangentes diante da mesma questão - dividida coletivamente.
Assim, somos capazes de enfrentarmos a uma parede solitária na ilha Rocuant (Talcahuano), produto do tsunami vivido pelo Chile no ano de 2010 e perguntamos: Quem sustenta a parede quando não há mais nada a sustentar?
Desta forma, logo após alguns minutos de exploração livre, as respostas possíveis são dividias e discutidas entre todos os visitantes, mas nunca se transformam no objetivo final para chegar a alguma conclusão ou certeza. É a partir disso que os limites se diluem, e o que consideramos valioso é a experiência que cada habitante fugaz será capaz de levar para si mesmo.
O mesmo acontece com os demais estudados: Quem observa o vão quando ele surge na nossa frente? (o vão, Puchoco, Coronel), Quem está abaixo de um novo céu? (o céu, Mercado de Concepção), Se quem nos distancia o solo quando aparece? (o solo, edifício Fepasa, San Pedro de la Paz).
Como quinta e última sessão, a pele (praia Lomas Coloradas, San Pedro de la Paz) não é uma questão, mas sim uma expressão direta e sem mediações do que acreditamos que poderia ser uma aproximação à soma de todos os arquétipos anteriores, uma oportunidade de habitar e visualizar o que seria uma continuidade de partes que se modificam conforme o contexto, nesse caso o vento.
La Piel foi uma instalação utilizada como uma oportunidade para entender as múltiplas possibilidades de um corpo que se adapta às condições da natureza de um lugar, e se cria para estar ali. Usando apenas tela, corda, pedras e a força e direção do vento, construímos algo que é, pelo que acreditamos, uma aproximação para entender o arquétipo da pele na arquitetura.
Arquitetos: Estudio Invasivo
Localização: Concepción
Ano: 2016-2017
Arquitetos encarregados: Alexander Bustos, Patricio Ortega, Alberto Villegas, Bárbara Vergara (Historiadora da Arte e Cultura)
Fotógrafo: Patricio Ortega
Outros participantes/colaboradores: Pilar Albornoz, Marylee Barros, María Paz Cid, Camila Concha, Aracely Daroch, Alberto Fuenzalida, Renato Garcés, Paz Luengo, Claudia Montecinos, Pola Mora, Matías Muñoz, Matías Navarro, Sebastián Palacios, Matías Ramírez, Ailin Rivera, Fabián Ule.